Mangue-negro

“Um Pé de Quê” visitou um manguezal na Baía de Guanabara que estava sendo recuperado pelo biólogo Mário Moscatelli. Diante dos primeiros sinais de vida desse ecossistema, Regina Casé prometeu retornar. Veja neste programa a promessa se cumprir e surpreenda-se com o irreconhecível crescimento daquela vegetação. Deixe-se embalar pela história da Baía de Guanabara e de uma colônia às margens do manguezal.

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Mangue-negro

canoé, siriúba, siríba, sarába, mariquita, mangue-preto

Nome científico
Avicennia schauerianna Stapf & Leechm. Ex Moldenke

Família
Acanthaceae

Características morfológicas:

Árvore de 3-20 m de altura, dotada de raízes conhecidas por pneumatóforos, que emergem do solo como canudos para ajudar com a respiração.

tronco de 30-60 cm de diâmetro, de casca cinza-escura a preta, fissurada e espessa.

folhas simples, elípticas, de 5-11 cm de comprimento por 2-4 cm de largura, sustentadas por uma haste de 3-15 mm de comprimento, dotadas de pelos microscópicos, que embranquecem a folha, e de glândulas que excretam sal.

flores brancas, perfumadas e tubulares, de 6 mm de comprimento por 10 mm de diâmetro, revestidas por pelos e densamente incrustadas em pequenas espigas, dispostas nas pontas dos ramos.

fruto elíptico, levemente achatado, do tipo cápsula, esverdeado quando imaturo e amarelado quando maduro, de 2.5-3 cm de comprimento, e dotado de uma casca fina, que reveste sua única semente e se destaca em contato com a água.

semente achatada, que germina dentro do fruto ainda preso à árvore, transformando-se um propágulo, que apresenta um tendão pubescente sob o cotilédone para ajudar na fixação ao solo, e mede 28-34 mm de comprimento por 10,5-12,5 mm de espessura.

floração ocorre após o inverno, quando a temperatura aumenta, geralmente entre os meses de outubro e dezembro. Os frutos amadurecem no verão, no período dezembro-março.

uso/árvore excelente bioindicadora, recomendada para fins de monitoramento ambiental das regiões de mangue.

uso/madeira de grande parte das espécies arbóreas de manguezal, geralmente, provém boa lenha e carvão vegetal.

uso/outras utilidades A espécie tem forte tendência a acumular, em suas folhas, metais pesados oriundos de poluentes, justificando seu uso como bioindicadora. As flores servem à apicultura. Há estudos que comprovam o potencial antibacteriano dos extratos hidroalcoólicos da casca, folha e raiz.

obtenção de sementes Colha os frutos da árvore, quando estes estiverem maduros. Em seguida deixe-os imersos em água por algumas horas, até que liberem os propágulos. A retirada da casca do fruto pode ser manual, mas há riscos de se danificar o propágulo.

produção de mudas Coloque os propágulos em canteiros encharcados, contendo terra adubada e areia de rio, e irrigue com água salobra, de preferência a mesma água do manguezal em que serão plantados. O desenvolvimento das primeiras folhas ocorre em aproximadamente 1 semana. Em 4-6 meses, as mudas estarão prontas para o plantio definitivo. Outra tática relevante para a recuperação e criação de manguezais é o transplante das mudas que naturalmente surgem sob o dossel das árvores do mangue, para áreas mais iluminadas, que promovem o desenvolvimento da planta. O plantio direto do propágulo depende das condições ambientais locais e sazonais do manguezal. Em se tratando de um manguezal preservado do despejo de dejetos e esgoto, e sem desequilíbrios ambientais, o plantio direto pode ser recomendado. A espécie Mangue-preto é típica das áreas mais altas do mangue, que ocasionalmente inundam com a água das marés altas, deixando o solo com altos índices de salinidade. O biólogo Mário Moscatelli, que recupera as regiões de mangue da Baía da Guanabara, identificou a mariposa Junonia evarete como principal e atual ameaça à espécie do Mangue-negro, exigindo-lhe novas estratégias de plantio.

referêcia bibliográfica Entrevista nossa, com o biólogo Mário Moscatelli, responsável técnico do projeto Olho Verde e realizador, desde 1989, de atividades de recuperação e criação de manguezais no Estado do Rio de Janeiro | Giesen, Wim; Wulffraat, Stephan; Zieren, Max; and Scholten, Liesbeth. “MANGROVE GUIDEBOOK FOR SOUTHEAST ASIA”. 2006: FAO and Wetlands International, RAP PUBLICATION, pg. 33-34 | Ramos, M. G. M & Geraldo, L. P. “Avaliação das espécies de plantas Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle como bioindicadoras de poluição por metais pesados em ambientes de mangues”. Engenharia Sanitária Ambiental, Vol.12 - Nº 4 - out/dez 2007, 440-445 | “Aviccenia schaueriana”. Old Dominion University, College of Sciences, Global Marine Species Assessment, Mangrove | SANTOS, Sidnei C. dos et al. “Avaliação da atividade antibacteriana dos extratos de Avicennia schaueriana Stapf & Leechm. ex Moldenke, Verbenaceae”. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2010, vol.20, n.1 [cited 2010-10-19], pp. 124-129 | Voltolini, Caroline Heinig. “Aspectos morfo-anatômicos de folhas de Avicennia schaueriana Stapf & Leechm. ex Moldenke relacionados à adaptação da espécie às condições ambientais”. 2004: Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Ciências Biológicas, Laboratório de Anatomia Vegetal, painel exibido em congresso | Duke, James A.. “Avicennia germinans L.” 1983. Handbook of Energy Crops. unpublished.

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